Quem consegue viver com 21 dias de atraso no salário?

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Por Imprensa Sindiserviços-DF – Robson Oliveira Silva

Essa é a perversa realidade que estão vivendo os quase novecentos pais e mães de família que são trabalhadores terceirizados na limpeza e conservação das escolas públicas de Sobradinho, Planaltina, Brazlândia, São Sebastião, Paranoá, Guará e no Plano Piloto.

Empregados da Real JG, empresa contratada pela Secretaria de Estado da Educação no Distrito Federal (SEE/DF), nesta terça-feira 27 faz exatamente 21 dias que os trabalhadores esperam ainda receber o sagrado salário do mês de maio e que deveria ter sido pago no ultimo dia 6 junho.

A direção do Sindiserviços-DF, sindicato que representa os trabalhadores terceirizados no DF, também denuncia que os trabalhadores estão sendo ameaçados do corte do ponto caso façam greve para reivindicar os seus direitos que estão sendo desrespeitados.

Mesmo sendo a greve, argumentam, um instrumento legal de proteção dos trabalhadores contra patrões que desrespeitam as determinações da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).  

 

Rotina cruel de atrasos

A direção do sindicato conta que os quase três mil empregados da Empresa Juiz de Fora, também na limpeza e conservação das demais escolas públicas no DF, somente receberam os seus vencimentos na semana passada, mas a empresa ficou devendo dez dias do tíquete alimentação e não informou quando irá acertar com seus empregados.

Ambas as empresas são responsáveis por mais de 65% da força de trabalho na limpeza das quase 700 escolas públicas no DF.  

Porem, afirmam os sindicalistas, há mais de dois anos que constantemente atrasam os salários e benefícios (tíquete alimentação, vale transporte, férias, 13º salário, etc.) dos seus empregados.

O que tem obrigado os seus empregados a terem que pagar as suas contas com atraso e com pesada carga de juros, disseram.

No que foram unânimes em protestar, pois muitos colegas de profissão estão sendo despejados com a falta no pagamento do aluguel onde moravam.  

Ou, ainda, dizem, outros estão vivendo de favor na casa de amigos ou de familiares.

Os diretores do Sindiserviços-DF explicam que essa triste realidade já foi denunciada diversas vezes nas inúmeras audiências públicas no Ministério Público do Trabalho (MPT) e na Superintendência Regional do Trabalho e Emprego no DF (SRTE/DF), com a presença dos representantes do Governo do Distrito Federal (GDF) e os próprios patrões.

Porem, eles destacam que parece existir uma completa falta de sensibilidade e vontade política dos que podem resolver a questão.  

Neste sentido, lembram alguns dirigentes, recentemente o deputado distrital Wasny de Roure (PT/DF) denunciou pela imprensa à péssima gestão administrativa do governador Rodrigo Rollemberg (PSB/DF), que não tem priorizado a educação pública, o que permitiu a perda de R$ 819 milhões (11,8%) no gasto total em educação entre 2015 e 2016.