Num dos piores momentos para a classe trabalhadora brasileira com a retirada de direitos e demissões injustificadas, as trabalhadoras e os trabalhadores terceirizados no Distrito Federal (DF) aprovaram por maioria no final da tarde dessa quarta-feira, 11 de dezembro, em Assembleia Geral da Data-Base do Sindiserviços-DF, no estacionamento do Teatro Nacional, a proposta patronal de reajuste salarial de 3,2% e aumento no tíquete alimentação de 2,8%.
A partir de 1° de Janeiro de 2020, o menor valor do salário base da categoria será de R$ 1.237,23 e o tíquete alimentação passará para R$ 33,62, por dia trabalhado.
E todas as atuais cláusulas sociais serão mantidas na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) do ano que vem.Os técnicos do Dieese – Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos, analisaram como satisfatório o fechamento do acordo coletivo da categoria, informando a dificuldade que a classe trabalhadora está enfrentando em outras localidades, principalmente devido o atual quadro econômico que o país está vivendo.
Compromisso ético
A presidente do Sindiserviços-DF, Maria Isabel Caetano dos Reis (Dona Isabel), agradeceu a presença das bravas e bravos guerreiros na Assembleia, fazendo questão de elogiar o comprometimento e a consciência ética de classe da categoria.
Dona Isabel relatou para a assembleia os momentos tensos e difíceis na mesa de negociação com os patrões, principalmente diante das constantes negativas e resistência patronal em não querer reajustar os salários e o tíquete alimentação.
Ela também explicou como foi difícil evitar a tentativa patronal em querer retirar as principais cláusulas da CCT. Entre elas, as que garantem o emprego e a saúde do trabalhador.
Para os diretores do Sindiserviços-DF e que formaram a comissão de negociação, foi importante manter a Clausula de Continuidade no Emprego, àquela que garante o emprego do trabalhador por 90 dias quando houver a mudança da empresa na prestação dos serviços.
Já a trabalhadora Maria da Penha (nome fictício por medo de represália patronal) e mãe de dois filhos, fez questão de frisar a importância de se manter os planos de saúde ambulatorial e o odontológico gratuitos na CCT 2020.
Para ela, contribui para o trabalhador não ficar refém somente do precário atendimento da rede pública de saúde.
Participações na Assembleia
Para o ex-deputado federal e ex-Ministro do Trabalho, Ricardo Berzoini, representando o deputado distrital Chico Vigilante (PT/DF), a união da categoria é importante e fundamental para a luta contra a injustiça, a exploração e as maldades que são praticadas por muitos empresários e pelos atuais governos Federal e do DF.
Berzoini ressaltou a luta palas garantias trabalhistas e contra a retirada de direitos.
O quê, em sua fala, tem como objetivo construir um futuro melhor para a categoria e para todos nós.
A deputado Federal Erika Kokay (PT/DF) exaltou os malefícios que estão sendo imposto aos trabalhadores e a sociedade pelo governo Bolsonaro, principalmente com a aprovação da Reforma Previdenciária e que está retirando o direito das pessoas em se aposentar, discursou.
Erika, prosseguiu discorrendo sobre os malefícios da famigerada Reforma Trabalhista, destacando à ampliação de mais maldades para a classe trabalhadora com a imposição de várias Medidas Provisórias (MP).
Entre elas, a MP que impõe para os trabalhadores terem que obrigatoriamente trabalhar aos domingos, o que os afasta ainda mais do convívio fraterno dos seus familiares, falou.
Rodrigo Rodrigues, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT Brasília), exaltou a importância da união dos trabalhadores e o fortalecimento das categorias, visando ampliar a luta contra a exploração e a retirada de conquistas e direitos da classe trabalhadora, assim como a defesa intransigente dos seus sindicatos como instrumento de luta e organização.
Rodrigo Rodrigues – CUT Brasília
Rodrigues também expôs, assim como vários sindicalistas que o sucederam nas falas, os malefícios da aprovação da MP 905/2019, do Governo Federal, que obriga aos trabalhadores desempregados assegurados pelo Seguro Desemprego, serem descontados em cerca de 7% do benefício.
O quê, finalizou, considera ser um massacre e covardia com as pessoas que já estão desempregadas.