Por Imprensa Sindiserviços-DF – Robson Silva
Em decisão por ampla maioria, cerca de 2.500 trabalhadores terceirizados nos serviços de limpeza, portaria, vigilância, motoristas, jardinagem, alvenaria, entre outras funções, decidiram na manhã de terça-feira (24), na Praça Chico Mendes da Universidade de Brasília (UnB), entrar em greve geral até que a direção da Universidade garanta que não haverá mais nenhuma demissão de prestadores de serviços nos campi da Asa Norte, Planaltina, Ceilândia e Gama.
O movimento paredista também terá o reforço significativo dos mais de três mil técnicos administrativos da Universidade.
Já os alunos, que também realizaram assembleia manhã da terça-feira, vão aderir ao Ato Unificado aprovado na assembleia dos trabalhadores e que está convocado para a manhã da quinta-feira 26/04, em frente ao Ministério da Educação (MEC), quando os estudantes vão decidir se aderem o movimento paredista.
Os alunos já estão ocupando a reitoria do campus universitário há mais de 13 dias em protesto contra as demissões dos terceirizados e à falta de solução para a crise financeira na UnB.
Assembleia
Pádua do Sindiserviços-DF e Marco Junior do Sindicato dos Rodoviários e da CUT Brasília
Diversas lideranças estudantis e diretores do Sindiserviços-DF, sindicato que representa os terceirizados na UnB, Sintfub – Sindicato dos Trabalhadores da Fundação Universidade de Brasília, Sindesv-DF – Sindicato dos Vigilantes, Sindicato dos Rodoviários e representantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT Brasília), se revezaram ao microfone para fortalecer a unidade na defesa dos empregos dos trabalhadores terceirizados da UnB.
Todos os oradores também fizeram questão de exigir do Ministério da Educação melhores condições estruturais e orçamentárias para a UnB, ressaltando sua importância como um dos maiores centros de estudos e pesquisas do mundo.
Sindiserviços-DF não admite demissões
Para o diretor de Comunicação e Imprensa do Sindiserviços-DF, Antonio de Pádua Lemos, a direção do sindicato não admitirá mais demissões no já precário e explorado quadro de trabalhadores terceirizados na Universidade.
Para o sindicalista, a crise está sendo imposta pelo Governo Federal e que tenta de todas as formas sucatear o ensino público universitário, somente para ampliar e beneficiar as escolas e faculdades pagas.
Para impedir que ocorra mais desemprego de trabalhadores terceirizados na UnB, Pádua informou que o Sindiserviços-DF tem denuncia formalizada no Ministério Público do Trabalho (MPT) desde o ano passado, quando foram demitidos injustamente 174 terceirizados na limpeza, portarias e outros setores da instituição de ensino superior público e gratuito.
O dirigente sindical ressaltou que várias audiências públicas foram realizadas no ano passado entre os procuradores do trabalho, os diretores da UnB e os representantes das empresas prestadoras de serviços. Porem, lamentou que poucos avanços foram conseguidos.
Números da crise
Reunião entre UnB, Sintfub, Sindiserviços-DF e AdUnB
Na quinta-feira (19) passada, o sindicalista esteve reunido no prédio do Curso de Ciências Contábeis e Atuariais (CCA-UnB) com o chefe de gabinete da Reitoria, Paulo Cesar Marques da Silva e os diretores do Sintfub e da AdunB (Associação dos Docentes da Universidade de Brasília).
Após explanar os números e gráficos sobre a grave situação financeira em que se encontra a Universidade, Paulo Cesar informou que o repasse financeiro previsto de pelo Ministério da Educação (MEC) de R$ 1,7 bilhões, apenas 2% a mais que o orçamento do ano passado, será insuficiente para se administrar as estruturas, pesquisas, bolsas e programas, o que acarretará em um déficit orçamentário estimado em R$ 93 milhões.
Ele também destacou que o Limite Orçamentário imposto pela Proposta de Emenda Constitucional (PEC 55) – que limita por 20 anos os investimentos públicos em educação, saúde e programas sociais, também impede que a UnB consiga utilizar cerca de R$ 168 milhões que estão bloqueados pelo Tesouro Nacional, sendo provenientes de arrecadações próprias vindas de alugueis, verbas de pesquisas e emendas parlamentares.
Deste total bloqueado, finalizou, o Governo Federal autorizou a UnB a incluir no orçamento de 2018 apenas R$ 110 Milhões.