O Senado aprovou na noite de 11 de julho de 2017, a reforma trabalhista que destrói os principais direitos e conquistas do trabalhador brasileiro.
Esse dia entra para a história do Brasil e do mundo como aquele em que uma quadrilha surrupiou o legado dos trabalhadores, construído por décadas de luta e sangue até chegarmos à Consolidação das Leis do Trabalho.
Hoje ela foi destruída e não se trata de sonho. É um pesadelo onde todos os brasileiros acordados presenciaram 50 golpistas, traidores do Brasil e capachos das elites e do mercado facilitarem a rota da desgraça e do retrocesso do Brasil e de sua força de trabalho.
Não se trata de reforma. Reforma é quando se faz algo para melhorar uma lei, um produto, uma situação. O que está sendo feito é uma demolição de direitos.
As mudanças são complexas mas apenas duas delas dão o resumo do quão devastador serão as consequências: os acordos coletivos – feitos num universo de milhares de desempregados – valerão mais que a CLT; e o fim da obrigatoriedade da contribuição sindical demonstra a intenção predatória de dizimar a mobilização e a organização sindical da classe trabalhadora no país.
Vendem a ilusão para milhões de brasileiros dizendo que as mudanças propostas por Michel Temer vão gerar mais emprego. Não poderia haver mentira maior. O que vai acontecer é uma precarização jamais vista das condições de trabalho já existentes.
Parece piada. Dizem que aumentarão a competição do Brasil a nível mundial. Na verdade vão fazer o Brasil voltar à condição de colônia, com uma situação similar ou pior à da escravidão.
Os escravos tinham direito a casa e comida, mas agora, o trabalhador será simplesmente peça de reposição.
Diante disso, o povo brasileiro deve ficar atento ao poder do voto. Os deputados e senadores que votaram contra seus interesses são os mesmos que irão bater a sua porta para pedir votos em 2018.
Vão oferecer dinheiro, roda de trator, sapato, telha para a casa, em troca do seu voto. O mesmo expediente que usam para votar contra os seus interesses trabalhador. Pedem muito dinheiro para votar contra você e a favor dos grandes empresários.
A compra de votos por meio dos mais variados expedientes de corrupção – como a liberação de emendas parlamentares feitas agora pelo golpista Temer – tem data marcada para acabar. É crime, fere a democracia e não será tolerada pela população.
Esses traidores do Brasil venceram esta batalha mas não a luta, nem a guerra. Bravo para as senadoras que hoje mostraram ao Brasil que é possível resistir, que não desistiremos enquanto os golpistas não forem banidos do Planalto e do Congresso Nacional.
Os golpistas unidos deixaram claro que contra mulheres só tem argumentos machistas e vazios. Disseram que política não se faz assim; que arranharam a democracia; que foi um ato autoritário.
E o que fizeram os tratantes, dentre eles o senador Cristovam Buarque, em quem me envergonho de um dia ter votado?
Muito mais que arranhar a democracia, pisaram na Constituição. Política em período de exceção, se faz assim, resistindo.
Espero que tenhamos capacidade de mobilizar a sociedade, dar as respostas na rua agora e eleger em 2018 um Congresso com seriedade e preparo político para mudar os rumos do país e devolver o direito dos trabalhadores.
Chico Vigilante,
Dep. Distrital, PT-DF