Por Imprensa Sindiserviços-DF – Robson Silva
Diante da histórica crise financeira que assola a Universidade de Brasília (UnB), cujo repasse este ano pelo Ministério da Educação (MEC) será de R$ 1,7 bilhões, apenas 2% a mais que o orçamento de 2017, o que abre a previsão de déficit de R$ 92 milhões, devido à imposição do Limite Orçamentário decretado pela Medida Provisoria 95 do Governo Federal, o que congela por 20 anos os investimentos em educação, saúde e programas sociais.
Mais uma vez, o já reduzido quadro de 455 trabalhadores terceirizados para a limpeza e conservação dos 320 mil metros quadrados de áreas internas e externas, mais 405 porteiros e que atuam nos campi da Asa Norte, Ceilândia, Planaltina e Gama, serão os mais sacrificados com a demissões de mais trabalhadores.
Foi o que disse o diretor de Terceirização da UnB, Júlio Versiani, em reunião realizada na Prefeitura do Campus Darcy Ribeiro (Asa Norte), manhã da quarta-feira 11/04, com o diretor de Imprensa e Comunicação do Sindiserviços-DF, Antonio de Pádua Lemos, sindicato que representa os trabalhadores terceirizados na UnB.
Segundo Versiani, os técnicos da UnB estão concluindo estudos e que estimam uma redução de 35% nos contratos das empresas de prestação de serviços terceirizados na limpeza, conservação e portarias, algo em torno de R$ 25,2 milhões.
No ano passado, alegando a mesma situação quanto à necessidade de cortes e contingenciamento em todos os setores da Universidade, a UnB desempregou 174 trabalhadores terceirizados; 28% na limpeza e 19% nas portarias.
De imediato, pontuou Antonio de Pádua, com a tentativa de reestruturar o quadro necessário de trabalhadores terceirizados para a execução dos serviços, o sindicato avaliará o estudo realizado pelos técnicos da UnB e o incluirá nos documentos que já compõem a denuncia que tramita desde o ano passado no Ministério Público do Trabalho (MPT) é que tem sido instrumento de discussão das diversas audiências públicas já realizadas reunido os servidores da UnB, os diretores do sindicato e os representantes das empresas.
O diretor do Sindiserviços-DF também destacou que já foram formalizadas denuncias na Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE/DF) – antiga DRT/DF – para que o Ministério do Trabalho e Emprego (TEM) autue a UnB pelas constantes reduções nos quadros de trabalhadores, o que tem intensificado o adoecimento de profissionais devido a excessiva carga de trabalho.
UnB tem dinheiro bloqueado pela União
A reitora da UnB, professora Márcia Abraham, informou que a Universidade tem cerca de R$ 168 milhões que estão bloqueados pelo Tesouro Nacional e que são provenientes de arrecadações próprias com o aluguel de imóveis e do Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção e de Promoção de Eventos (Cebraspe/UnB).
Também existem recursos de emendas parlamentares que estão bloqueadas pela União, explicou a reitora.
Do total bloqueado, disse, o Governo Federal autorizou a UnB a incluir no orçamento de 2018 apenas R$ 110 Milhões, finalizou.
Na foto: Diretor do Sindiserviços-DF Antonio de Pádua, o assessor do sindicato Emídio Araujo e o diretor de Terceirização da UnB, Julio Versiani.