Na oitava rodada de negociação da Campanha Salarial 2018 dos bancários, realizada nessa terça-feira (21), em São Paulo, a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) apresentou ao Comando Nacional dos Bancários uma nova proposta com 0,5% de aumento real por dois anos. Porém, não deu garantia de empregos e retirou direitos conquistados pela categoria e que estão consolidadas na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT). O Comando rejeitou a proposta na mesa e uma nova rodada de negociação será realizada nesta quinta-feira (23), a partir das 10h.
A nova proposta da Fenaban, apesar de avançar com o aumento real, traz um percentual abaixo do que a categoria espera e menor do que os banqueiros podem pagar, considerando os lucros recordes de R$ 47,4 bilhões no ano passado e R$ 31,6 bilhões só no primeiro semestre de 2018. Além disso, a nova proposição está carregada de retirada de direitos, como a extinção do salário-substituição e da remuneração de comissionamento, além de agravar as discriminações contras as mulheres.
“O mais espantoso é que os bancos chegaram ao ponto de propor até retirada da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) das bancárias grávidas, reproduzindo proposta de um conhecido candidato presidencial, que defende a tese de que as mulheres devem ter remuneração menor que os homens porque engravidam”, criticou Cleiton dos Santos, presidente da Federação dos Bancários do Centro-Norte (Fetec-CUT/CN), integrante do Comando Nacional dos Bancários.
O Comando orienta todas as entidades sindicais a organizarem atividades de protesto para pressionar os bancos a atenderem às reivindicações da categoria.