É hoje, terça-feira, 02 de maio, que a presidente do Sindiserviços-DF, Maria Isabel Caetano dos Reis (Dona Isabel), por iniciativa do deputado distrital Chico Vigilante (PT/DF), será agraciada com o Titulo de Cidadã Honorária de Brasília, a partir das 19 horas, na Câmara Legislativa do DF (CLDF).
Por Imprensa Sindiserviços-DF – Robson Oliveira Silva
Dona Isabel é uma humilde copeira e uma ferrenha defensora dos direitos e conquistas dos trabalhadores terceirizados no Distrito Federal (DF).
Foi com a ajuda de vários trabalhadores terceirizados, lideranças e empenho da Central Única dos Trabalhadores – CUT Brasília, que juntamente com sua diretoria, conseguiram transformar à realidade do Sindicato dos Trabalhadores Terceirizados no DF.
Varrendo, no inicio dos anos 2000, os pelegos que utilizavam a estrutura do instrumento de luta e defesa da categoria para interesses pessoas escusos e a serviços de acordos suspeitos com patrões, o que foi comprovado pela Justiça.
Após encontrar o sindicato sucateado e repleto de dividas, tendo apenas duas únicas propriedades; um carro Monza sem funcionar e cheio de multas no Detran/DF e uma Casa na 704 Sul com sua estrutura comprometida e repleta de dividas de IPTU, água, luz, etc., alem de um Sindiserviços-DF desacreditado pelos trabalhadores.
Hoje o sindicato dispõe de veículos para atendimento aos postos de trabalho, uma Van denominada Sindiserviços-DF Móvel, salas no 5º andar na Zona Central de Brasília e com ampla infra-instrutora para atendimento aos terceirizados, atendimento odontológico, jurídico (Previdenciário, Civil e Criminal), comunicação, contadoria e profissionais competentes e especializados.
Também compõem a estrutura do Sindiserviços-DF, um auditório para reuniões e atividades instrutivas. E, aos poucos, o sonho da área de laser (Clube dos Terceirizados), na Ponte Alta do Gama, vai se transformando em realidade.
Nova Realidade
Mesmo com todas as dificuldades e desafios, a direção do Sindiserviços-DF tem avançado nas conquistas.
Em 2005, a diretoria fez prevalecer seus direitos de representante legal, e conseguiu estender à todas as empresas a obrigação de pagar o Adicional de Periculosidade para o trabalho de Juazeiro. É só observar a cláusula sétima da Convenção Coletiva do Trabalho (CCT): Quando o trabalho de Juazeiro for exercido em balancim, será acrescido ao salário, a título de adicional de periculosidade, o percentual de 30% do salário do trabalhador.
Assim também, do Auxílio Funeral (cláusula décima), ficou convencionado que as empresas, para fins de auxílio no custeio funeral de seu empregado falecido, arcarão com o valor atual de R$ 3.300,00 e R$ 5 mil de seguro e que deverão ser efetivamente comprovados através da apresentação, em original, das respectivas notas fiscais.
Já a CCT de 2008, mais avanços nas cláusulas sociais, como: Para quem trabalha à noite o patrão é obrigado a fornecer agasalho de frio. Tíquete refeição e vale transporte têm que ser entregue de uma só vez a cada 30 dias (pouco importa o dia, o fato é que a entrega será para todo o mês de uma só vez).
Também conseguiu acabar com a escravidão no trabalho. Porteiros noturnos eram obrigados a bater cartão de 10 em 10 minutos. Ou seja, o famigerado “relógio-vigia” foi extinto.
Luta e resistência
A copeira Maria Isabel Caetano dos Reis, ou Dona Isabel, sempre repete para a categoria ficar unida e atenta contra espertalhões e picaretas de conversa mole. Eles sempre se aproximam da categoria com mentiras e propostas irreais. E estão mesmo é de olho no patrimônio que conquistamos e construímos a ferro e fogo, com muitas lutas, greves e dedicação.
É preciso estar unido, vivemos momentos difíceis de crise econômica, além da pior formação parlamentar do Congresso Nacional para a classe trabalhadora, composta por empresários suspeitos, latifundiários arrogantes e religiosos duvidosos, que tramam e estão constantemente dando golpes na classe trabalhadora e na sociedade brasileira.
Uma das principais ameaças é o tal “PL da Escravidão” (PLC 30/2015), que ainda tramita no Senado Federal e a recente aprovação pela Câmara dos Deputados do Projeto de Lei da Terceirização (PL 4302/98), maldita herança deixada pelo incompetente governo de FHC), que ao terceirizar ilimitadamente, vai transformar muitos trabalhadores em diaristas sem Carteira de Trabalho assinada e sem o tíquete alimentação, vale transporte, as férias, o 13º salário e o recolhimento do INSS e o FGTS.
Inclui no Pacote de Maldades, ainda a nefasta Proposta Reforma Trabalhista (PL 6.787/16) que aniquila direitos constitucionais, aliada à Reforma da Aposentadoria e que quer que a gente morra trabalhando, avaliou Dona Isabel recentemente quando participou de Comissão Geral no Congresso Nacional.
O Sindiserviços-DF não fugirá nunca da luta contra à provação de tais propostas indecentes e que agridem conquistas históricas da classe trabalhadora. Isso já rendeu muito gás de pimenta e truculência policial contra os trabalhadores, a direção do Sindiserviços-DF e demais dirigentes sindicais vinculados à Central Única dos Trabalhadores (CUT Brasil), disse.
Unidade na Luta e avanços
Nos últimos anos, a nossa unidade na luta vem se sobrepondo a todas as dificuldades.
De 2013 para cá, por exemplo, conquistamos aumento em torno de 35%, no menor piso salarial.
Os demais pisos salariais cresceram cerca de 25%, o que significou um ganho real de mais de 10% sobre a inflação.
O auxílio alimentação, que era de R$ 18 em 2013, foi para R$ 27,50 em 2016 e agora é de R$ 29,50, crescimento real de 55% nos últimos anos. Índices, segundo os economistas do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), expressivo em termos de categorias terceirizadas no Brasil.
Também foram muitos os avanços nas cláusulas sociais e destacamos a conquista do Plano de Saúde (SaúdeSim). Ele dá direito ao atendimento ambulatorial, consultas, exames, cirurgias e internações em enfermarias.
Os porteiros conquistaram a cláusula que garante a eles não precisarem mais fazer rondas, nem a pé e muito menos motorizadas (carro, moto ou bicicleta).
A categoria também conquistou a cláusula que concede licença para o trabalhador acompanhar seus filhos menores de 14 anos nos exames e consultas. Ele também poderá acompanhar o atendimento médico dos dependentes portadores de necessidades especiais de qualquer idade, limitado em cinco dias por ano.
As trabalhadoras gestantes podem agora marcar suas férias na seqüência da licença maternidade.
Conquistamos também a Clausula de Continuidade, que garante o nosso emprego no caso da mudança de empresa nos Editais.
Sabemos que há muito trabalho pela frente e que devemos intensificar os nossos esforços para combater patrões e governos que desrespeitam os nossos direitos que estão garantidos na Convenção Coletiva de Trabalho e na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
É importante que a categoria se mantenha focada nos propósitos e objetivos da nossa luta por salários mais dignos, condições profissionais significativas, respeito com os nossos direitos sociais e qualidade de vida, é o que destaca Dona Isabel. Unidos Somos Fortes!!!
Breve historia de luta da guerreira Maria Isabel Caetano dos Reis (Dona Isabel)
Mineira da região agrícola de Paracatu/MG, trabalhou como empregada doméstica logo ao chegar em Brasília.
Como copeira terceirizada na Caixa Econômica Federal (CEF), ingressou no movimento sindical nos anos 1990 para combater a péssima administração que existia no Sindiserviços-DF – na época Sindilimpeza/DF.
Em 1999, liderou o movimento de oposição que conquistou no voto a direção da entidade e que contou com o apoio da Central Única dos Trabalhadores – CUT Brasília CUT Brasília.
Em 2002, após a eleição vitoriosa, o Sindiserviços-DF sofreu uma intervenção temporária da Justiça, devido à denúncia eleitoral infundada, feita pelo grupo de pelegos derrotados que destroçaram financeiramente o sindicato e desonram as trabalhadoras e os trabalhadores terceirizados no Distrito Federal (DF), por utilizar o sindicato para defender interesses pessoas e dos patrões.
O que foi comprovado e levou os denunciantes a serem processados e condenados pela Justiça.
Dona Isabel é referencia nacional e internacionalmente como liderança da CUT e da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio e Serviços (Contracs-CUT).
Também é membro suplente da CUT no Conselho Regional do SENAC-DF.
Sua liderança trouxe uma nova realidade política e patrimonial para o Sindiserviços-DF.
Segundo o Dieese, a categoria é referencia nacional por transformar significativamente à realidade de atuação sindical, com comprometimento com o patrimônio da categoria e por conquistar reajustes salariais significativos juntamente com tíquete alimentação acima da inflação, composto por avanços sociais expressivos e que estão garantidos na Convenção Coletiva de Trabalho da Categoria.
Dona Isabel faz questão de frisar que ainda há muito que lutar pela garantia do emprego, regulamentação da profissão com direitos e conquistas respeitadas, melhor salários, dignidade profissional com avanços sociais e qualidade de vida para os trabalhadores e seus familiares.
Em julho de 2016, por seu dinamismo, liderança e consciência de classe, a presidente do Sindiserviços-DF foi agraciada com o Prêmio MPT 10, concedido pelo Ministério Público do Trabalho no Distrito Federal e em Tocantins (MPT da 10ª Região DF/TO).