O Sindiserviços-DF é contra a discriminação racial e toda forma de preconceito

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Por Imprensa Sindiserviços-DF – Robson Silva

Informações da CUT-DF

No mês da Consciência Negra, comemorado no dia 20 de novembro, as trabalhadoras e os trabalhadores terceirizados no Distrito Federal (DF), após relatos e pesquisas, fica constatado que é mais um momento de afirmação da urgente necessidade de ampliação de filiados para o fortalecimento das instituições sindicais que representam a categoria.

É o que alerta Maria Isabel Caetano dos Reis (Dona Isabel), presidenta do Sindiserviços-DF, sindicato que representa mais de 70 mil trabalhadores terceirizados nas iniciativas públicas e privadas no DF, ao afirmar que a grande maioria da categoria que representa são pessoas negras e mulheres, sendo invisíveis nos locais de trabalham, sofrem com constantes demissões, assédio moral, sexual, além dos casos de feminicídio, como o ocorrido com a diretora de Políticas para as Mulheres e Combate ao Racismo do sindicato, Cilma da Cruz Galvão, cujo o destino de Evanildo das Neves da Hora, 37 anos, considerado como principal suspeito, ainda é desconhecido.

 

Origens do racismo

Para a pesquisadora e cientista social Ludmila Jardim, o racismo tem suas origens na escravidão, que foi um dos primeiros motores para o genocídio da população negra do Brasil. “O processo abolicionista também teve seu papel nisso. A abolição feita de uma forma gradativa visava a exclusão total da população negra na busca de uma sociedade de padrão eurocêntrico e levou a um patamar mais denso desse genocídio. Esse processo começou a ser fatal, não só em relação aos nossos corpos, mas em relação à nossa subjetividade, ao conhecimento produzido pela nossa população, em relação à negação da nossa identidade, em relação a nossa própria identidade, e isso a gente chama efetivamente de epistemicídio, que é a morte de tudo o que é ligado a um determinado povo ”, explica.

A pesquisadora também destaca que o processo de construção das favelas contribui para a segregação dos povos negros. “Transformaram esse espaço (favela) em um lugar restrito que facilita a identificação dos povos marcados pela colonização e o Estado consegue aplicar as suas técnicas de controle social de forma mais efetiva e direcionada”.

Segundo o Atlas da Violência de 2021, em 2019, 66% das mulheres assassinadas eram negras. Os negros (soma dos pretos e pardos da classificação do IBGE) representaram 77% das vítimas de homicídios, com uma taxa de homicídios por 100 mil habitantes de 29,2. Comparativamente, entre os não negros (soma dos amarelos, brancos e indígenas) a taxa foi de 11,2 para cada 100 mil, o que significa que a chance de um negro ser assassinado é 2,6 vezes superior àquela de uma pessoa não negra. Em outras palavras, no último ano, a taxa de violência letal contra pessoas negras foi 162% maior que entre não negras.

Conscientizar e resistir

No mês da consciência negra, que começou no último dia 1º/11, a Secretaria de Combate ao Racismo da CUT-DF realiza uma série de atividades que visam conscientizar a população sobre a enorme desigualdade racial enfrentada em nosso país. Para isso, haverá cine debates, panfletagem e atos políticos ao longo de novembro.

Para a secretária de Combate ao racismo da CUT-DF, Samantha Sousa.

“O mês de novembro é muito importante, pois homenageia e reconhece a luta de Zumbi dos Palmares e Dandara. Além do dia 20, que é uma data simbólica para o movimento e para o povo negro, convocamos os sindicatos CUTistas, os movimentos sociais e toda a população para participar dos debates que serão realizados pela CUT-DF.

O objetivo dessas atividades é resgatar a memória e o sentimento de luta que ocorreu no quilombo dos Palmares. Devemos permanecer com esse sentimento de resistência e lutar pelos nossos direitos, inclusive nas relações de trabalho”, afirmou Samantha Sousa.